Na tentativa de conceituar o que é, para alguns, o ágil é sobre pessoas, autonomia, diversidade, empoderamento, mas, para outros, ágil é trabalhar em Squad, rodando em Scrum e escalando com SAFe.
Porém, para mim, o ágil é um meio para um fim. Isto tem forte relação com a capacidade de adaptação e com um olhar voltado para os negócios e não somente para métodos e frameworks. Inclusive, não me vejo como um agilista. A agilidade é, portanto, uma das minhas habilidades.
Linha do tempo
Na década de 1990, houve uma explosão no desenvolvimento de software.
Com o entendimento de que a dependência dos softwares seria cada vez maior, as empresas desenharam um sistema de governança em cima do que estava funcionando em outras indústrias, como o PMBOK.
Em paralelo a isso, um pessoal que tinha muito mais experiência em desenvolvimento de software e um olhar diferenciado para alguns estudos da década de 80, criou o que chamamos de métodos leves. Dentre eles, os que ficaram mais famosos no Brasil foram o Scrum e o XP (Extreme Programming).
No início dos anos 2000, estas mesmas pessoas realizaram um encontro e lá emergiu o Manifesto Ágil. Entre 2001 e 2010, a agilidade cresceu muito dentro da TI.
De 2010 para cá, já na terceira década, o ágil começa a sair de dentro dos times de TI e avança em outras áreas da empresa, estimulando uma agilidade mais organizacional. Neste sentido, começamos a espalhar a agilidade e lidar com dependências (escalar).
Agora entramos numa outra década, em que começamos a falar sobre agilidade nos negócios. É neste momento que acredito que pensamento sistêmico e de complexidade farão a diferença ao promover o Business Agility.
Pensamento Sistêmico
Todos nós fomos criados dentro do pensamento analítico, isto é, dentro de “caixinhas”. Na escola, por exemplo, a “caixinha” da matemática, a “caixinha” da biologia, a “caixinha” da física.
No ambiente de trabalho, a “caixinha” do financeiro, a “caixinha” do marketing, a “caixinha” do TI. Esse pensamento nos trouxe até aqui e foi útil para a evolução do ser humano.
Contudo, acredito que temos que dar um novo passo. Entender que o todo, não é simplesmente, a soma dessas partes. É algo maior! Afinal, o pensamento sistêmico estuda e avalia as interações das instâncias envolvidas na situação.
Um exemplo disso é o sistema de contratação de uma empresa. No pensamento analítico, a ideia de quem é responsável por contratar um profissional é do Recurso Humano. Já no pensamento sistêmico, todos os setores estão envolvidos de alguma maneira.
Complexidade
Neste contexto, eu entendo o complexo como uma situação em que a resposta não é conhecida e considerar exemplos passados, não permitirá resolver o presente/futuro. Existem, no máximo, hipóteses e, a partir delas, avanço e aprendo.
Fonte: Cynefin
Aqui, é preciso sondar ideias, conseguir entender se errou (métricas de acompanhamento) e, ao falhar, ser capaz de sobreviver (seguro para falhar).
A agilidade evoluiu. Hoje, acredito que precisamos de líderes com um olhar para o negócio: pessoas que sejam capazes de entender o contexto/cultura em que estão inseridas. E que estes líderes, por meio do pensamento sistêmico e da complexidade, possam ajudar as empresas a se adaptarem para os desafios do dia a dia, de forma evolucionária e não disruptiva.
E para você, o que é ágil?